segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A MECÂNICA DO DÉBITO E CRÉDITO NA CONTABILIDADE

"Ah!!! esse tal de débito e crédito", que complicação, hein?! Nada disso, é muito mais simples do que imaginamos. Uma vez assimilada a lógica, você estará apto a compreender o processo de criação de riqueza sob a visão contábil. Vamos em frente. Estude.

Quando o Frei italiano Luca Bartolomeo Pacioli publicou a obra "Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et propornalità" no qual em um capítulo dedicado a contabilidade, “Particulario de computies et scripturis” ele descreve sobre o mecanismo da partida dobrada (para todo débito tem crédito correspondente e vice-versa), a preocupação dele era demonstrar esquematicamente para seus superiores, de onde vinham os recursos do mosteiro e onde estes recursos eram aplicados.

Para facilitar a compreensão deste mecanismo recomendo a leitura da postagem do dia 07/10/15 que discorre sobre origem e aplicação de recursos. 

Não existe aplicação sem origem, assim como não existe origem sem aplicação.

EXISTE UMA MÁXIMA QUE DIZ QUE NÃO HÁ ALMOÇO GRÁTIS

Imagine o seu salário mensal que é pago pela empresa onde você trabalha. Ao final de cada mês ela efetua o depósito do recurso em uma conta corrente no seu nome.

Veja que neste caso a origem do recurso é o seu trabalho, e a aplicação do recurso é o depósito em uma conta corrente no seu nome.

ORIGEM DO RECURSO = TRABALHO
APLICAÇÃO DO RECURSO = CONTA CORRENTE

Ao receber o seu salário, você já tem muitos compromissos firmados com terceiros. Você então aplica seus recursos no pagamento do aluguel de sua residência, na quitação da mensalidade do plano de saúde, na conta de água e luz, na conta de conta de internet e TV por assinatura, em lazer, em compras no supermercado, no pagamento da mensalidade da escola dos filhos, no curso de balé da filha e no judô do filho, etc.

Veja que neste caso a origem é a conta corrente onde seu salário foi depositado e a destinação são as despesas, o pagamento das contas.

ORIGEM DO RECURSO = CONTA CORRENTE
APLICAÇÃO DO RECURSO = DESPESAS (Suas e de sua família)

Sobre estes fundamentos podemos concluir que se “alguém” ou “algo” está em “débito”, haverá “alguém” ou “algo” com “crédito” correspondente.

DÉBITO: “Alguém” ou “algo” deve a “alguém” ou “algo”
CRÉDITO: “Alguém” ou “algo” financiou “alguém” ou “algo”

Obs.: Estou utilizando o termo “alguém” para uma pessoa e “algo” para uma coisa, um objeto ou algo abstrato.

Pode-se dizer que se “alguém” ou “algo” está em débito é porquê recebeu recursos de “alguém” ou “algo” e, em contra partida, se “alguém” ou “algo” está com crédito é porquê aplicou recursos em “alguém” ou “algo”.

De Pai para Filho

Imagine que um pai pague a escola do filho. Pode-se dizer que “alguém”, o filho, está em débito com “alguém” o pai. Em contrapartida, “alguém”, o pai, tem um “crédito” com “alguém”, o filho. Obviamente que este débito e crédito são decorrentes apenas de uma relação de amor e a preocupação do pai com o futuro do filho.

Livro preferido

Imagine agora que ao sair de casa para o trabalho você tenha $ 100,00 na carteira. Na hora do almoço você resolve passar em uma livraria próxima ao seu trabalho e comprar um livro que desejava há algum tempo. Você gasta $ 40,00 dos $ 100,00 que você tinha disponível, fazendo sobrar $ 60,00. Neste caso você, movimentou seu patrimônio da seguinte forma e faria assim a sua contabilidade:

SAIU: Dinheiro no valor de $ 40,00
ENTROU: Livro no valor de $ 40,00

Concluímos que, “algo”, o livro, recebeu recebeu a aplicação de recursos para que fizesse parte do seu patrimônio, e que desta forma ficou em “débito” com “algo”, o dinheiro, que por sua vez, ficou com um crédito com o livro, pois aplicou recursos na sua aquisição.

Se você controlar cada item individualmente, diríamos que cada um destes dois itens (“conta”), que faz parte do seu patrimônio receberia uma anotação na sua contabilidade pessoal da seguinte forma:

LIVRO = DÉBITO – 40,00 (está devendo ao caixa)
DINHEIRO (Caixa) = CRÉDITO – 40,00 (financiou o livro)

O livro adquirido representa a aplicação do recurso e o caixa de onde originou-se o recurso.

João e Maria

Vamos a mais um exemplo: Maria emprestou $ 500 à seu amigo João, logo Maria é a origem do recurso e desta forma Maria tem um crédito com João. João é a aplicação do recurso de Maria, logo João tem um débito com Maria. 






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